Urubus 2021

Sinopse: Em “Urubus“ acompanha um grupo de pichadores que é denominado pelo mesmo nome do filme, que tentam deixar a sua marca e protestar em vários espaços da cidade. O filme é baseado naquela ação que ocorreu na Bienal 2008. Como o Cláudio Borreli (diretor) decidiu não utilizar atores profissionais para o filme, com exceção da Bella Camero, o que nós vemos aqui é um filme de ficção com uma estética documental, graças a essa linguagem realista no filme, um dos pontos mais positivos do filme, é através dessa proposta que nós nos aproximamos ainda mais desses personagens, da vida deles e entendemos melhor como eles vivem esse estilo de vida. A câmera inquieta resume muito bem, o movimento da pichação que está sempre em movimento assim como a cidade de São Paulo que nunca para e está em constante movimento e mudança também; encontrar um novo muro, um novo local para a pichação é uma nova experiência e uma nova descoberta a cada ação de picho. A pichação que durante muito tempo foi visto como um movimento de vandalismo, é mostrado no filme como um movimento de expressão e também de arte, mas o Claudio vai além e mostra o picho como um ato de protesto e ocupação de espaços que para aqueles pichadores não é um lugar comum para pessoas de uma classe social mais baixa, porém deveria ser, e essa busca por espaço não deveria existir. A comparação com Cidade de Deus, quando o filme ganhou o prêmio no BFI Festival no ano passado, pode parecer exagerado pelo patamar que o Cidade tem no cinema mundial. Mas faz sentido também, já que o “Urubus“ olha e mostra uma realidade periférica, tem um ritmo ágil e também flerta com alguns gêneros cinematográficos, e nós sentimos ali nas ruas de São Paulo como se fizemos parte do grupo dos Urubus. Urubus deixa uma mensagem importante, espaços culturais são lugares que devem ser comuns e ocupados por todo brasileiro. Urubus é culminante, expressivo e artístico.